A presença de negros no Rio Grande do Sul é registrada desde a formação do Estado. A dispersão espacial do negro deu-se do Interior para Depressão Central, principalmente nos atuais municípios de Pelotas, Canguçu, Piratini, Jaguarão, São José do Norte, Viamão, Triunfo, Taquari, Porto Alegre, Rio Pardo e massivamente nas imediações do litoral norte, onde são encontradas diversas comunidades remanescentes de quilombos. Por mais de dois séculos, o RS se ergueu pelo uso de mão de obra africana e sua descendência das charqueadas à área urbana. O trabalho se desenvolveu em atividades de setores agropecuário, agrícola, transporte, florestal, comércio e doméstico.
A abolição da escravatura no Estado ocorreu em 1884, quatro anos antes da República, embora existiam registros de negros em cativeiro ainda em 1885.
No campo limguístico, constatamos expressões e termos como " Cabeça de porongo", "Macaco velho não bota mão em cambuca", Porongo sempre dá cuia", "Mexer em casa de marimbondos, que têm origem no falar dos negros. Palavras como anta, angico, angu, banana, batuque, mabaquerê, bombear, cacimba, caçula, cachimbo, fandango, matungo, macaco, monjolo, mulato, milonga, quitanda, sanga, entre outros, são de origem africana.
Na gastronomia gaúcha, o tempero e o conhecimento de ervas por parte das mulheres demarcaram a comida campeira, destacando-se pratos como mocotó, feijoada, quibebe e pipoca. Elementos históricos creditam aos homens negros de MOçambique o usos de peças semelhantes à bombacha ao invés de calças.Essas informações hoje estão sendo recuperadas e o negro tomando as rédeas da história.
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