Historicamente o negro sempre foi motivo de discussões no Brasil. Do seu uso como objeto de trabalho, de sua invisibilidade social a sua luta por inclusão. Vários são os temas que freqüentam os debates, mas, de uma maneira geral, as diretrizes não são traçadas pelos negros.
Desde o inicio, ainda no século XVI, a incorporação do negro ao Brasil foi balizada pela elite, este mesmo grupo para camuflar a dominação e exploração econômica, criou instrumentos de coerção intelectual que justificavam a idéia da superioridade branca. Com o passar do tempo esta dominação se incorporou aos conceitos sócio-culturais brasileiros e acabou tornando-se parte da superestrutura do Estado. Na colonização portuguesa no Brasil, os negros encontravam uma estrutura produtiva montada, onde eram dominados e usados como máquinas na fabricação de capital. A dominação nesse período se dava a partir da força, da repressão física na escravidão, na qual os negros eram submetidos a castigos quando não correspondiam aos interesses dos brancos. Assim, neste período, ficava estabelecido o modelo de relacionamento social que marcaria a história de negros e brancos no Brasil. Mas que modelo é esse? É um modelo fundamentado na relação econômica, onde o negro é explorado e o branco está no comando.
E hoje no século XXI, o que temos para dizer? Observamos uma ideologia da democracia racial, mecanismo que gera a falsa idéia de que no Brasil os segmentos étnicos convivem em perfeita harmonia. Mas na verdade, este sistema de idéias cria uma espécie de posição étnico-social, que passou a funcionar de duas maneiras, primeiro tira dos negros a ânsia de conquistarem visibilidade social, pois para o sistema eles já estão inclusos, basta aos excluídos que se incluam ao modelo capitalista. E esta idéia cria no inconsciente coletivo dos negros a rejeição por suas origens, já que elas representavam humilhação. Assim quanto mais próximos dos brancos, nas roupas ou mesmo na aparência, melhor. Isto da à elite branca o comando da sociedade brasileira, que é justificado não só pelo poder econômico, mas também por ser o modelo para todos aqueles que desejam alcançar o topo da pirâmide social.
Por isso da importância de existirem grupos de resistência étnico-racial, que possam lutar na valorização de seu povo e por seu espaço na sociedade. No âmbito da política ainda é ínfimo o número de governantes que abracem a causa do negro. A partir da constituição de leis o negro brasileiro começa a sair da passividade e tomar a frente nas decisões do país, porém ainda falta muito para vencer o preconceito velado que permeia no sistema brasileiro.
Na luta!
Parabéns. Gostei do seu Blogue. FISH
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