quarta-feira, 20 de abril de 2011

Situação dos negros no Brasil

Dados da UFRJ apontam que afrodescendentes tem menos acesso à Previdência e consequentemente menor sobrevida. A segunda edição do relatório anual das Desigualdades Raciais no Brasil, foi publicado hoje, 19 de abril, pelo LASER – Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais, órgão da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), dados alarmantes sobre a condição de vida dos afrodescendentes brasileiros através de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Segundo a pesquisa, afrodescendentes tem menos acesso à Previdência Social e conseqüentemente menor esperança de sobrevida no país. Nos dados referentes a 2008, 44,7% dos auto declarados pretos ou pardos não estavam protegidos pela Previdência Social. Entre os auto declarados brancos, esse índice caiu para 34,5% (mulheres são mais afetadas do que os homens). Em todo o país, a expectativa de vida dos afrodescendentes de ambos os sexos era de 67,03 anos. Entre os auto declarados brancos, esse número subiu para 73,13 anos.
Os dados do relatório apontam programas governamentais de transferências de rendimento, como o Bolsa Família, como os principais responsáveis pela redução nas desigualdades sociais, sendo 24% das famílias chefiadas por afrodescendentes (7,3 milhões) cadastradas no programa do governo federal.
Em relação ao analfabetismo, segundo o relatório, existe um atraso no país no processo de alfabetização de crianças e jovens afrodescendentes. Ao longo de todas as faixas da população em idade escolar, a taxa de analfabetismo registrada entre pretos e pardos é maior do que o dobro da apresentada pelos brancos.
Números do relatório apontam que, em 2008, 6,8 milhões de pessoas em todo país que frequentavam ou tinham frequentado a escola permaneciam analfabetos, sendo os afrodescendentes 71,6% do total. Nem metade das crianças negras e pardas, entre os 11 e os 14 anos, estudava na série esperada, e 84,5% das crianças afrodescendentes de até três anos não frequentavam creches.

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