quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Chega de Racismo!

Taís Araújo é chamada de macaca na sua página do Facebook e o assunto toma as redes sociais. A polícia se envole e logo teremos os racistas atrás das grades com todo louvor e aplausos do público. Aí eu pergunto: se a Taís não fosse a Taís, será que teria acontecido da mesma forma? Quantas negras são chamadas de macaca e nada acontece? Muitas, meus amigos, muitas. Mas é preciso que uma atriz global sofra o crime para que ele seja apurado, porque senão, é mais uma macaca na multidão. 

Vivemos num país atrasado, o país da "carteirada" onde filho de alguém importante ou um sobrenome de "respeito" burla qualquer processo e passa na frente. Vamos exemplificar: se uma negra que serve o café no camarim fosse chamada de macaca por um ator global, será que teria a mesma repercussão? Provavelmente não. Por aqui, negro e pobre não tem vez e nem voz. Negro na universidade? É cota. Negro na balada? É segurança. Negro correndo na rua? É ladrão fugindo. O táxi não para, mas a viatura chega junto. E se o negro se revolta, dizem que ele está se vitimizando. Tremenda estupidez. 

Muitas negras são chamadas de macaca todos os dias, mas só a Maju ganhou uma hashtag. Muitas mulheres têm seus cabelos crespos chamados de esponja, mas só a Taís Araújo teve o direito de ser ouvida. Muitas meninas tiveram suas fotos íntimas divulgadas na internet, mas só a Carolina Dieckmann ganhou uma lei com o nome dela. Muitos meninos negros são expulsos de estabelecimentos, mas precisou ser uma loja "chique" da Oscar Freire para ganhar repercussão. E agora eu me pergunto: eu que sou uma negra anônima, como eu fico? 

Para refletir.

#curvasepoesia #chegaderacismo #racismoécrime #racistasnãopassarão #brasiléumpaísnegro #negrosim

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Aprovado em Porto Alegre projeto de feriado do Dia da Consciência Negra

O projeto de lei que institui como feriado o Dia da Consciência Negra e da Difusão da Religiosidade em Porto Alegre foi aprovado na Câmara Municipal. A proposta foi votada na tarde de segunda-feira (16).
Foram 27 votos a favor, cinco contra e duas abstenções. A votação teve presença de público. Com cartazes, eles se dividiam entre favoráveis e contrários.
O feriado, no entanto, não será fixo em 20 de novembro. A emenda número 2, de autoria do vereador Mauro Pinheiro (PT), aprovada por 17 votos a 16 na sessão da última quinta (12), altera o projeto original do vereador Delegado Cleiton (PDT) - de feriado fixo no dia 20 de novembro - para um feriado móvel, que ocorrerá anualmente no terceiro domingo do mesmo mês.
A emenda, porém, foi questionada pelo autor do projeto e deve ser apreciada novamente em data ainda não definida.


Fonte: G1

terça-feira, 14 de julho de 2015

'É como andar em um campo minado', diz estudante que criou campanha contra o racismo na UnB (FOTOS)

"Ah, branco, dá um tempo!" Esse é o título da campanha protagonizada por estudantes negros da Universidade de Brasília (UnB), a primeira federal a implementar cotas raciais no País. O ensaio fotográfico mostra frases e comentários que reforçam estereótipos negativos atribuídos aos jovens negros.

Os cartazes com declarações ouvidas pelos alunos da UnB escancaram o racismo cordial dos brasileiros. As imagens foram reunidas no Tumblr #ahbrancodaumtempo.

A responsável pela ação é a estudante Lorena Monique dos Santos. Enquanto cursava a disciplina Antropologia Visual, ela se inspirou no projeto da Universidade de Harvard “I, Am, Too, Harvard”, que busca ecoar a voz dos universitários negros.

Em entrevista ao Brasil Post, ela traçou um paralelo entre o preconceito sofrido por negros nos Estados Unidos e aqui no Brasil:

"Não vivo nas mesmas condições que as pessoas negras dos EUA ou da África do Sul, onde os sistemas racistas são muito mais explícitos e há uma separação efetiva entre as comunidades negras e as comunidades brancas.
Mas em relação ao racismo à brasileira, sinto que ele deixa as pessoas negras muito confusas. É como se andássemos em um campo minado sem entender exatamente o que acontece conosco."





Fonte: Brasil Post

Voltamos!!!!!!!!!

Olá pessoal!

A partir de hoje estaremos retomando as postagens do "Negro na Mídia RS" e contamos com a colaboração de todos, com sugestões e matérias para que possamos divulgar nossa página e levar a autoafirmação e valorização do negro na mídia!


Jornalista e Radialista 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Eisenbahn Jazz N’ Blues – Henry Gray & Dziw Jazz




Onde: Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)

Quando: 29 de julho, terça-feira, a partir das 21h

Classificação: 14 anos

Ingressos:
Pista – 1º lote: R$ 20,00 (com direito a uma cerveja Eisenbahn Dunkel) [ESGOTADO]
Pista – 2º lote: R$ 30,00 (com direito a uma cerveja Eisenbahn Dunkel)

Pontos de venda:
Lojas Multisom: Shopping Iguatemi, Praia de Belas, Moinhos, Total, BarraShopping Sul, Bourbon Ipiranga, Bourbon Wallig, Andradas 1001, Shopping Canoas, Bourbon São Leopoldo e Bourbon Novo Hamburgo

Online: www.opiniaoingressos.com.br

Informações: (51) 3211-2838
www.twitter.com/opiniao

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O Brasil perde um grande artista

Jair Rodrigues morre aos 75 anos


O cantor Jair Rodrigues morreu nesta quinta-feira, aos 75 anos. O músico foi encontrado na sauna em sua casa, em Cotia, na grande São Paulo, às 10h desta manhã. A causa da morte foi revelada só no meio da tarde: infarto agudo do miocárdio. Ele foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quinta-feira, às 19h, e será enterrado na sexta-feira (8), por volta das 10h, no Cemitério do Morumbi.
O músico ganhou o Brasil ao interpretar a hoje clássica "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, vencedora do IIº Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, junto com "A banda", de Chico Buarque.

A morte do músico pegou amigos e fãs de surpresa. Segundo Armando Pittigliani, que produziu a série de discos "Dois na bossa", que sacramentou a parceria de Jair com Elis Regina, Jair "ao menos morreu sem sofrer, desfrutando sua sauna, uma das coisas que mais amava na vida". No último dia 5 de abril, ele fez um show com lotação esgotada no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo (veja vídeo abaixo), e estava com outras apresentações agendadas.

Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava, interior de São Paulo, em 6 de fevereiro de 1939. Depois de passar a infância e adolescência cantando em corais de igreja, começou a carreira profissional como crooner de casas noturnas, em 1957. No ano seguinte, participou de seu primeiro concurso de calouros.
Na década de 1960, mudou-se para a capital de São Paulo, onde trabalhou como engraxate, mecânico, servente de pedreiro e ajudante de alfaiate, enquanto tentava se estabelecer na música. Começou a se destacar cantando sambas.
Seu primeiro sucesso foi "Deixa isso pra lá", lançada em seu segundo disco, "Vou de samba com você", de 1964. Considerada a precursora do rap nacional, por conta do refrão falado, foi eternizada pela clássica coreografia que o cantor fazia com as mãos. Não à toa, nomes como Rappin Hood e Emicida lamentaram a morte "do primeiro rapper do Brasil".
Em 1965, Jair substituiu Baden Powell num show no Teatro Paramount, em São Paulo. Foi quando dividiu o palco pela primeira vez com a também estreante Elis Regina, que viria ser sua parceira profissional. Juntos, lançaram o disco "Dois na bossa". O sucesso do álbum levou os dois a formar a dupla Jair e Elis, que assumiram o programa “O fino da bossa”, da TV Record.


sábado, 26 de abril de 2014

Racismo afasta os negros do sistema de saúde

Os efeitos danosos do racismo são sentidos em diversas esferas da vida da população negra. Especificamente em relação à saúde, esta parcela da sociedade apresenta maior número de morte por doenças tratáveis, além de maior incidência de Aids e tuberculose. De acordo com a coordenadora da área técnica da saúde da população negra da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Elaine Soares, o racismo é a principal causa destes indicadores.

“Quando os negros acessam o sistema de saúde, muitas vezes sofrem constrangimentos, piadas racistas, o atendimento não é tão qualificado. Como são maltratados, eles passam a não voltar mais”, explica Elaine. Para tentar reverter esse quadro, foram lançadas nesta quinta-feira as diretrizes que serão desenvolvidas durante o ano para a consolidação das políticas públicas para saúde da população negra, na Capital.

A coordenadora relata que a desigualdade em Porto Alegre não é diferente de outros estados. De qualquer forma, os indicadores são muito graves. Ela afirma que 20% da população da cidade é negra. Entretanto, 50% dos casos de morte de mulheres são referentes a afrodescendentes. Além disso, as crianças negras morrem cinco vezes mais que as outras.

“Para reverter essa situação, são necessárias políticas que façam uma imagem positiva da raça e também a educação permanente contra o racismo. Doenças específicas como a anemia falciforme, que atinge principalmente os negros, são desconhecidas pelos profissionais da saúde. É preciso proporcionar um conhecimento direcionado”, argumenta Eliane.

Entre as diretrizes apresentadas está o aumento dos níveis de informação da população acerca dos problemas derivados das desigualdades raciais; a aproximação dos usuários ao serviço de saúde através da cultura negra; e a criação de projetos específicos para a saúde dos quilombolas. Além disso, a SMS já dispõe de uma avaliação da qualidade da saúde dos afrodescendentes, com a realização de um boletim epidemiológico.

Sobre a doença falciforme, o objetivo é detectar precocemente a sua existência, com a realização do teste do pezinho junto com outros exames específicos. Os profissionais da saúde também precisam receber mais informações sobre a atenção necessária que deve ser dispensada aos pacientes. A criação de uma carteira específica para as pessoas com a doença é uma das metas, para que elas recebam atendimento ágil no SUS.

Para o prefeito José Fortunati, a mentalidade de que todos são iguais perante a lei prejudica o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para um grupo específico. “Precisamos que todos tenham acesso aos direitos fundamentais. Os dados mostram claramente que os negros apresentam desvantagens de acesso ao sistema de saúde. Resolver isso significa permitir uma justiça social”, ressaltou.

Fonte: Jornal do Comércio 25/04/2014

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Cerimônia do Açorianos de Música terá homenagens a Lupicínio

O centenário de nascimento do compositor e cantor Lupicínio Rodrigues (1914 -1974) será lembrado em diferentes momentos da solenidade de entrega do Prêmio Açorianos de Música 2013, nesta quinta-feira, 24, no auditório Araújo Vianna, a partir das 20h30, com entrada franca.

Ao longo da festa, artistas como Lourdes Rodrigues, Álvaro Rosa Costa, Pedrinho Figueiredo e Clube do Choro, Tasso Bangel e Camerata Pampeana, Simone Rasslan, Gabriel Sá, Neto Fagundes e Gelson Oliveira vão revisitar algumas das canções mais conhecidas do repertório de Lupi - Felicidade, Nunca, Volta e Nervos de Aço entre elas. Lourdes Rodrigues, principal intérprete da obra de Lupicínio, será também a homenageada especial nesta edição do prêmio, que também terá presença de Lupicínio Rodrigues Filho.

Ao todo, 67 trabalhos (entre CDs, DVDs e espetáculos) concorrem aos 28 troféus do Açorianos de Música. Serão anunciados os prêmios de Compositor, Intérprete, Instrumentista e Álbum para os gêneros Erudito, Instrumental, Pop, MPB e Regional, e também nas categorias Álbum do Ano, DVD, Espetáculo, Álbum Infantil, Arranjador, Produtor Musical, Projeto Gráfico e Revelação (veja abaixo a lista de indicados).

Haverá menções especiais ao Coral Feminino do Hospital Moinhos de Vento (pela atuação cultural, social e humanista no ambiente do hospital), ao músico e professor José Maria Barrios (coordenador do Instituto de Cultura Musical da PUCRS e responsável pela formação de muitos dos músicos em atividade no cenário erudito do Estado) e aos 30 anos de lançamento do LP coletivo Rock Garagem I (álbum essencial para o impulso ao rock gaúcho dos anos 1980).

O Prêmio Açorianos de Música é uma realização da prefeitura, por meio da Coordenação de Música da Secretaria  da Cultura.

Fonte: PMPA

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Lupita é eleita a mulher mais bonita do mundo

2014 tem sido um grande ano para Lupita Nyong´o. Ela venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel em 12 anos de escravidão e foi anunciada como o novo rosto da marca francesa de cosméticos Lancôme. A Lupita é a primeira mulher negra a representar a marca. Além das telas do cinema, Lupita também se destacou pelos belos e elegantes vestidos usados no tapete vermelho.

Agora, a revista People a elegeu como a mulher mais bonita do mundo. ’Foi emocionante e um enorme elogio. Fiquei feliz por todas as meninas que me verão na capa e se sentirão um pouco mais vistas’, declarou à publicação.

Nascida no México, mas criada no Quênia, Lupita revela que, quando mais jovem, achava que o padrão de beleza era o que ela via na televisão: pele clara, cabelos longos, lisos e fluidos. Disse ainda que sua mãe, Dorothy, sempre elogiou sua beleza: ‘E eu finalmente acreditei nela’.

Ainda em entrevista à revista, a atriz diz que um dos elogios que a deixa mais feliz é quando a chamam de linda quando não está usando maquiagem e também antes de colocar um vestido bonito ou pentear os cabelos. Mas ressalta que, acima de tudo, ‘Felicidade é o mais importante.’

A lista das pessoas mais bonitas deste ano também inclui as atrizes Keri Russell, Jenna Dewan-Tatum, Mindy Kaling e Amber Heard. A cantora Pink, as atrizes Gabrielle Union, Molly Sims e Kerry Washington, e a modelo e ex-lutadora profissional Stacy Keibler.

Fonte: Estadão

terça-feira, 22 de abril de 2014

Indignação do autor...e de muitos!

Negro não é unido! Nos somos os principais "incentivadores do racismo "de inferioridade...nós colocamos pra baixo principalmente entre nós mesmos...negro não respeita outro negro e nem segue ordem de outro negro!Queremos ser aquilo que não somos e não precisamos ser!

Na moral. Estou indignado! 

Vejo muitos que se dizem do Hip Hop, virem a público criticar abertamente os rolezinhos, reclamar da gestão pública, cachês, falar de panela, dos outros, de reuniões que não foram convidados, criticar o funk, chamar os outros de Zé Povinho, sempre legislando em causa própria.

Nenhum desses metem a cara agora para denunciar mais uma prática brutal da polícia e exigir a desmilitarização desse braço genocida do Estado.

Claudia Ferreira dos Santos teve seu corpo negro arrastado por vários metros. Uma exibição de força, o recado dado por quem manda.
O caso não terá a repercussão de João Hélio e a cor da pele é o fator que define isso.
Mas o motivo da minha indignação maior é que não vi ninguém do Hip Hop(quem se posicionou, me desculpe) comentar, se manifestar. Nenhum portal de notícias. 
A mídia branca e racista é quem dá a pauta!
E depois vêm bater no peito e dizer que é voz da favela, da periferia, que é movimento negro!!!'????
Falta muito, falta amor de verdade, falta respeito!!!!
Quem sabe um dia nosso movimento saiba pra que nasceu, por que vive e principalmente, para onde anda.

Autor: Massal Max

Fonte: Etnia Brasileira

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Comunidade do Quilombo do Areal comemora reconhecimento

Prefeitura encaminhou à Câmara de Vereadores regularização das áreas
A comunidade do Quilombo do Areal comemorou nesta segunda-feira, 24, o encaminhamento da regularização das áreas pleiteadas pelos descendentes de escravos. O anuncio foi feito em solenidade na avenida Luiz Guaragna que contou com a presença do prefeito José Fortunati, do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e da Ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros. (fotos)

Também participaram do ato o secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, e a secretária de Direitos Humanos Adjunta do Povo Negro, Elisete Moretto. Em seu discurso, Fortunati fez um pedido para que a Câmara de Vereadores avaliasse com celeridade o Projeto de Lei referente ao reconhecimento de áreas pleiteadas pela comunidade Quilombo do Areal.


Na ocasião, também foi explicada a Portaria 76 do Incra, publicada no Diário Oficial da União, na última sexta-feira, 14, que reconhece e declara como terras das comunidades remanescentes de Quilombos do Areal a área de 4.446, 23 metros quadrados localizada no bairro Praia de Belas. 

Emocionado, o presidente da Associação Comunitária Quilombo do Areal, Alexandre Ribeiro falou da importância da conquista para o povo negro. O prefeito falou da importância do encaminhamento do projeto de lei, que irá consolidar o a área como espaço de cidadania e irá sanar uma dívida histórica do país. “Foi um trabalho árduo, técnico, político, humano e social. Um reconhecimento legítimo de uma comunidade que por muito tempo tiveram seus direitos suprimidos”, declarou Fortunati. 

Histórico: No ano de 2005, a comunidade negra do Areal deu início, junto ao Incra, ao procedimento administrativo para a regularização de seu território, por direitos constitucionais. Os membros do Areal demandavam inclusão social e garantia de condições adequadas de reprodução física e sociocultural.

O Areal da Baronesa, antigo arraial, próximo à região central de Porto Alegre - entre os bairros Cidade Baixa e Menino Deus -, foi progressivamente descaracterizado durante todo o século XX, através de grandes obras de reestruturação urbana, de arbitrários processos de especulação imobiliária e gentrificação, os quais resultaram em crescente marginalização e exclusão dessa população negra que contemporaneamente se auto reconhece como remanescente de quilombo.

Cerca de 67 famílias reconhecem-se quilombolas na comunidade e são reconhecidas por aqueles que vivenciaram sua trajetória. Em 2013 foram realizadas diversas reuniões entre, Secretaria Municipal de direitos humanos, secretaria Municipal da Fazenda, Demhab e Incra, afim de dar celeridade ao processo de regularização que tramitava desde 2005.

A Prefeitura de Porto Alegre, através da procuradoria setorial da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, manifestou-se favorável à demarcação feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconhecendo a área do Quilombo do Areal da Baronesa como terra de remanescentes quilombolas. A procuradoria do município destaca que deverá ser editada uma lei especifica fazendo a titulação, para que a Prefeitura então oficialize o processo ainda nos primeiros meses do ano.


/comunidade /negros
Texto de: Bibiana Barros
Edição de: Caren Mello
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Alunos estrangeiros conhecem Territórios Negros



A linha de ônibus especial educativa Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre recebe na terça-feira, 14, um grupo de 18 estudantes da Universidade de Harvard e participantes do programa de intercâmbio da PUCRS (Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul). A turma está em Porto Alegre participando do programa de verão que contempla um curso de imersão linguística, social e cultural durante todo o mês. O coletivo temático, adaptado e caracterizado especialmente para o trajeto, visitará os pontos de referência da população afro-brasileira na Capital sob orientação monitora Fátima Rosane André.

Acompanharão ainda o trajeto os professores e monitores da equipe estrangeira. “Recebemos o pedido através de uma professora da PUCRS e o atendemos prontamente. Estamos com grande expectativa em relação a este encontro. Esta é uma oportunidade de divulgar internacionalmente nosso projeto, nossa história e a nossa cultura”, afirma o coordenador do projeto, Leonardo da Rosa. Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre oferece uma viagem no tempo e na história da Capital. A iniciativa é realizada em parceria com as secretarias municipais de Educação, Turismo, Secretaria Adjunta do Povo Negro e Procempa.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Prefeitura é favorável à demarcação de Quilombo

Secretária-adjunta recebe o presidente da
Associação Quilombo do Areal

A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da procuradoria setorial da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, manifestou-se favorável à demarcação feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra reconhecendo a área do Quilombo do Areal da Baronesa como terra de remanescentes quilombolas.

A secretária-adjunta do Povo Negro, Elisete Moretto, informou que o próximo passo é o INCRA assinar a portaria para titulação das terras demarcadas. Segundo ela, “a procuradoria do município destaca que deverá ser editada uma lei especifica fazendo a titulação, para que a Prefeitura então oficialize o processo ainda nos primeiros meses do ano”.

Para o presidente da Associação do Quilombo do Areal da Baronesa, Alexandre Ribeiro, “a comunidade está ansiosa pela titulação e programa um ato comemorativo no local”.

Fonte: PMPA



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A falta de negros na mídia deixou Spike Lee inquieto"

Após uma semana inteira de viagens, filmagens e entrevistas com personalidades brasileiras para o documentário "Go Brazil go", o cineasta americano Spike Lee, de 55 anos, se disse surpreso com a primeira de suas constatações: a ausência de negros na mídia brasileira. Para o diretor, que planeja o lançamento do filme para antes da Copa do Mundo de 2014, os Estados Unidos estão 20 anos à frente do Brasil quando o assunto é acabar com o racismo.

– Meus ancestrais foram libertados em 1865 e, no Brasil, a escravidão foi abolida em 1888. É uma diferença pequena, mas se compararmos a evolução de afro-americanos e de afro-brasileiros, estamos 20 anos à frente – disse Lee, em entrevista coletiva realizada ontem em São Paulo

O cineasta esquivou-se das tentativas de definir seu novo filme, mas deixou claro que o racismo terá destaque, apesar de não ser o único mote do projeto, que conta com a consultoria do escritor Fernando Morais.

– Entre 50% e 60% da população brasileira é negra. Fiquei surpreso ao saber – disse Lee, que esteve no país pela última vez em 1995, quando dirigiu o clipe de "They don't care about us", de Michael Jackson, no Morro Dona Marta, no Rio, e no Pelourinho, em Salvador.

– Na primeira vez em que estive aqui, em 1987, fiquei chocado ao ver que na TV, em revistas, não havia negros. Melhorou um pouco. Mas há muito a fazer. Quem nunca veio ao Brasil e vê a TV brasileira via satélite vai pensar que todos os brasileiros são louros de olhos azuis - disse.

O cineasta chegou ao Brasil na segunda-feira passada e voltou para os EUA ontem. Esteve no Rio, em Brasília e em São Paulo, entrevistando cerca de 30 pessoas. Após visitar o AfroReggae na sexta-feira, Spike Lee participou de um almoço com os atores Lázaro Ramos e Wagner Moura no sábado à tarde.

– Ele parecia mais interessado em investigar, conhecer e descobrir o Brasil e as pessoas do que fazer objetivamente um filme sobre algo – contou Ramos.

No mesmo dia, Lee visitou o Centro Afro Carioca de Cinema, na Lapa, onde entrevistou seu fundador, Zózimo Bulbul, e se encontrou com artistas negros.

– A falta de negros na mídia o deixou inquieto, então ele queria saber sobre o lugar do negro na sociedade e sobre a posição do Centro no cinema negro do Brasil – disse Bulbul.

Políticos como o ex-jogador de futebol e agora deputado Romário, músicos como Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de artistas plásticos como os gêmeos também foram entrevistados.

– Um documentário é tão bom quanto as pessoas que você entrevista - disse Lee. - Sem as pessoas certas, não há nada a ser feito, não importa o quão bom cineasta você seja. A seleção de entrevistados é um recorte amplo da sociedade brasileira. Ainda não entrevistei Lula e Dilma Rousseff, mas espero entrevistá-los quando voltar.

O diretor recebeu como um bom sinal o fato de ter chegado em Brasília na última quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal iniciava o julgamento sobre a constitucionalidade das cotas raciais nas universidades. Com uma câmera na mão, misturou-se às pessoas que protestavam contra e a favor, e no dia seguinte entrevistar o ministro Joaquim Barbosa.

– Acredito em destino. Poucas coisas na vida são coincidência – disse, comemorando a decisão favorável à política de cotas. – Eu digo, não vamos parar por aí. Vamos levar isso à mídia, ao mercado de trabalho. Há em todo o mundo uma má interpretação do sistema de cotas. Alguns acreditam que elas serão ocupadas por gente sem qualificação. Não é nada disso. Pessoas qualificadas serão selecionadas para ir à universidade. Sem ações afirmativas os Estados Unidos não teriam avançado tanto na questão racial.

Nova visita em julho

Lee brincou que o filme não foi encomendado pelo Congresso, portanto, não pretende esconder as mazelas brasileiras ou louvar as qualidades do país.

– Será um filme balanceado. Mas observo que as pessoas são muito otimistas com o futuro no Brasil. Querem que o crescimento econômico traga ascensão social e que a distância entre pobres e ricos, que ainda é horrível nos EUA, diminua aqui.

Anteontem Lee retornou ao Morro Dona Marta, onde posou ao lado da estátua de Michael Jackson. Sua próxima viagem ao Brasil será em julho, e ele planeja incluir depoimentos de anônimos.

– Quando as pessoas virem o filme, terão uma compreensão tão boa quanto possível – disse. – Terei muito trabalho, porque não sei como mostrar um país, este país, neste momento particular de sua história, em apenas duas horas.


* Colaborou Luiz Felipe Reis

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Povo Negro discute ações de 2013 em seminário na segunda 16/12/2013 08:12:38

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, através da Secretaria Adjunta do Povo Negro, realiza nesta segunda-feira, 16, às 15h30, o seminário Balanço 2013, que irá avaliar os principais eventos realizados em seu primeiro ano de existência. Também serão discutidos os desafios a serem enfrentados em 2014.

Durante o evento, acontecerá a entrega dos certificados para as pessoas que participaram das palestras realizadas durante a XXIII Semana da Consciência Negra.

O seminário, que deverá contar com a presença de diversas entidades do movimento negro de Porto alegre, será realizado no auditório da Secretaria Municipal de Educação, na rua dos Andradas, 680, 6 andar, no Centro Histórico da Capital.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Negros - A história dos gaúchos sem história


Os negros entraram na história do Rio Grande do Sul desde seu início. Mas o fizeram como personagens secundários, pouco lembrados, pouco citados - não obstante sua atuação tenha sido, provavelmente, decisiva para a própria formação do estado. Porque para o português branco, o negro era um complemento indispensável de sua atividade: na terra, na casa, na luta, ele se assemelhava à argamassa que, escondida entre os tijolos, mantinha a estrutura, mas que não era nunca levado em conta.

Não é à toa que em um texto escrito em 1807 por Manoel Antonio de Magalhães, em que faz reflexões sobre a situação da capital do Rio Grande, os negros sejam equiparados, literalmente, a equipamentos. O autor defende que deva ser proibida a exportação de escravos do Brasil para as colônias espanholas, pois os escravos são de importância militar "como os artigos de guerra: pólvora, balas, armas, chumbo, ferro, cobre, aço, estanho, salitre e toda a sorte de massames náuticos".

Quando a bandeira de Raposo Tavares explorou os vales dos rios Taquari e Jacuí, no final de 1635, existiam escravos negros entre seus membros. Também em 1680, na fundação da Colônia de Sacramento, a expedição comandada por Manoel Lobo trazia escravos negros. Eram 200 militares, três padres e 60 negros, dos quais 41 escravos do comandante, seis mulheres índias e uma branca e índios. Os negros representavam, portanto, mais de 20% da expedição - sem se considerar os soldados negros e mulatos livres que eram usados pelos exércitos daquela época. Também as expedições posteriores que se dirigiram à Colônia de Sacramento levavam mais negros.

Outro ponto fundamental para a história da ocupação do Rio Grande foi a fundação de Laguna, em Santa Catarina. Afinal, de lá sairiam várias expedições destinadas primeiro a prear gados, segundo a ocupar o Continente de São Pedro. E na fundação de Laguna também o negro estava presente, bem como nas expedições que os lagunenses fizeram ao Rio Grande, em que constituíam a maioria dos membros.

Mas foi a partir do desenvolvimento das charqueadas - que começa em 1780, com ocupação da área de Pelotas - que o tráfico negreiro começa a tomar volume. Naquele ano, os escravos - calculados em 3.280 - representavam 29% da população total do Rio Grande do Sul, e se encontravam concentrados em duas áreas principais. A primeira era ao longo da estrada dos tropeiros, que ligava o extremo sul do Rio Grande ao resto do país, pelo roteiro Rio Grande-Mostardas-Porto Alegre-Gravataí-Santo Antônio da Patrulha-Vacaria, ao longo do qual se localizavam as maiores estâncias.

Nessa região estavam cerca de 65% dos escravos. A outra área de grande concentração estava no eixo Porto Alegre-Caí-Taquari-São Jerônimo-Santo Amaro-Rio Pardo-Cachoeira, ao longo do Jacuí, onde se concentravam 35% dos escravos, especialmente em São Jerônimo.

Esses números seriam grandemente aumentados com as charqueadas, saltando para 50% da população gaúcha em 1822, quando José Antonio Gonçalves Chaves, estancieiro e charqueador de Pelotas, calculou que dos 106.196 habitantes da província metade fosse de escravos.

Esses números talvez estivessem exagerados - afinal, Gonçalves Chaves era contra a escravidão, e usou de todos os argumentos para combatê-la em sua obra "Memórias Economo-políticas sobre a administração pública do Brasil". Um deles era justamente o de que "o excessivo número de escravos faz com que não o possamos tratar como temos obrigação". Mas, de qualquer forma, sabe-se atualmente que seu número era expressivo, e calcula-se que em 1858 alcançava quase 25% da população.

No entanto, a história desse povo sem história tem de ser procurada em dois tipos de fontes: ou nas notas que acompanham as narrativas, em que aparecem geralmente como "e uma grande quantidade de homens negros", ou em alguns episódios mais marcantes - que, por suas características singulares, são registrados. É esse o caso dos dois corpos de lanceiros que participaram das tropas farroupilhas durante a Revolução, que entraram para a história mais por terem sido vítimas de uma ainda não bem esclarecida traição (na Batalha de Porongos), que fez com que fossem eliminados para não comprometerem as negociações de paz entre farrapos e o Império. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Miss França 2014 é insultada no Facebook

O racismo ainda impera em países desenvolvidos



E se a grande maioria dos franceses saúda a sua beleza (ou cuidados), alguns comentaristas perturbar a festa. O problema deles é o Miss Métis. Os autores do racista publicado na internet eles podem ser condenados? Responder com Gaspard Benilan, advogada.

Os cartazes compulsivo Facebookians estão novamente falando sobre eles desde a eleição da nova Miss França, que é Métis. E florescer na rede social da web, muitos comentários como "foder uma nigger", "Que horrível, estrangeiros mortos", "não é mesmo branco que representa a França", "seria bom ver um pouco branco no nosso país "...

Tinha no entanto acreditava que essa forma de racismo, poderia ser descrito como primária (no sentido original ou primata), tinha ido para o oeste do século 20. Internet eo sentimento de impunidade que nos dá força para ver que ele está sempre presente entre alguns dos nossos cidadãos.

Sobre o potencialmente censurável

Em 1972, uma época em que o racismo, então ele começou a ser combatido, o legislador francês tinha introduzido um novo parágrafo ao artigo 24 da Lei de 29 de Julho 1881. Disse parágrafo prevê que aqueles que incitam à discriminação, ao ódio ou à violência contra as pessoas por causa de sua origem, pertença ou não pertença a um grupo étnico, nação, raça ou uma religião específica, será punido com um ano de prisão e uma multa de 45.000 € ou uma dessas penalidades.

Sem dúvida que as observações feitas no Facebook para a nova Miss França tendem a cair dentro da categoria definida pela Lei de 1881.

A frase "morte aos estrangeiros" seria errado, por exemplo, uma vez que transmite um discurso de violência ("morto") a respeito de um suposto grupo de pessoas por causa de sua origem ("estrangeiros").

Da mesma forma, a frase "seria bom ver um pouco de branco no nosso país" é potencialmente errado porque envolve a recusa em ver uma pessoa acesso a um título por causa de sua cor de pele.

O Crown tem que atacar

Assim, esta legislação é ainda, infelizmente, a sua utilidade total. Certamente, a educação, a pedagogia ea política são todas as alavancas para reduzir o racismo. Às vezes, porém, o método repressivo deve desempenhar o seu papel. Não tanto para os autores destes chorar naturalmente sobre a ditadura socialista, mas sobretudo para as vítimas do presente caso e, por essa Miss França.

É claro que não vai exigir a pequena Miss França para levar a luta contra a vulgaridade racista e atacar um a um, todos os pequenos lona torcida. Contra a lei de 29 de Julho 1881, no artigo 48, autoriza expressamente a Coroa processar ex officio (sem ser perguntado entendê-lo), o autor da disputada desde que digam respeito à discriminação ou um insulto para com as pessoas por causa de sua origem, a adesão ou não-adesão em um grupo étnico, nação, raça ou religião.

Hoje, a Crown tem os meios para acessar essas publicações distribuídas em massa em redes sociais, tanto por seus partidários como seus inimigos.

É mais do que nunca necessário que a justiça está envolvida nesta questão, para que a Internet não se torne uma lixeira onde a dignidade e respeito não têm cidadania.

É o papel do poder judiciário e da polícia para proteger os nossos cidadãos em todo o país e ao redor da internet é uma parte do nosso território. O controle não deve parar no único crime organizado e os downloads ilegais.


Fonte: leplus.nouvelobs.com


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela: O adeus ao gigante

O bravo não é quem não sente medo, mas quem vence esse medo

"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.

Nos perguntamos: Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível? Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.

E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo."



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Troca de casal padrão FIFA e o sorteio da Copa

Jogadores negros ameaçam
boicotar a copa do mundo!
                Charge de Vitor Teixeira



Assim mesmo, a FIFA decidiu vetar o casal de negros, Camila Pitanga e Lázaro Ramos.

O jogador marfinense, Yaiá Touré, do Manchester City, avisou às autoridades do futebol europeu que os jogadores negros poderão não disputar a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. País com histórico de racismo nos estádios.

Touré, em partida este ano contra o CSKA, foi chamado de macaco pela torcida russa. Em 2012, o Yayá Touré e Ballotelli foram ofendidos pela torcida do Porto que cantava hinos racistas. No início deste ano, Balotelli e Robinho foram ofendidos por alguns torcedores da Fiorentina. Outro dia, a torcida do Roma ofendeu tanto os negros Balotelli e Boateng, do Milan, que o árbitro teve que interromper a partida. Boateng já abandonou o campo certa vez por não suportar as ofensas. Acontece o tempo todo. Em muitos estádios europeus, jogadores negros são ofendidos pela torcida adversária com jocosas imitações de macaco, e até bananas são arremessadas nos gramados.

Mesmo assim, a FIFA não aceitou a dupla de negros sugerida pela Globo.

Na semana passada, a torcida do espanhol Bétis, time do brasileiro Paulão, vaiou o nosso patrício e fizeram macaquices. Torcedores do seu próprio time!

Porém, a FIFA não quis saber do casal de negros e escolheu um casal de loiros sulistas para apresentar a cerimônia do sorteio de grupos para a Copa do Mundo do ano que vem.

Lázaro Ramos, um dos grandes atores brasileiros da atualidade, filho do teatro popular, é da Bahia, onde será realizado o evento no mês que vem. A Bahia é o estado que tem o maior contingente negro do Brasil. Mais: a Bahia é o centro da resistência e do orgulho negro no Brasil.

Mas a FIFA preferiu que os mestres de cerimônia do evento, a ser transmitido para todo o mundo, fossem a apresentadora gaúcha Fernanda Lima e o cozinheiro catarinense Rodrigo Hilbert.

O futebol brasileiro, até os anos 20, recusava profissionalizar jogadores negros. O presidente Epitácio Pessoa chegou a vetar a presença de negros na Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1921.  Mas os negros não desistiram e foram conquistando o seu espaço. Primeiro no Vasco, transformando o time em uma potência, depois Bangu, Flamengo, Fluminense…

Em ’34, chegou à seleção brasileira o ousado Leônidas da Silva, o Diamante Negro, inventor da bicicleta, a jogada mais espetacular do futebol, a mais criativa, a mais inusitada. Já na Copa do Mundo de ’38, o Diamante Negro comandou o time que encantou o mundo. Um time com branco, mulato e preto. Quatro décadas depois, um negro surge como o maior nome deste esporte em todos os tempos. Em seguida vieram Romário, Denner, Ronaldos, Rivaldo, Robinho, Neymar…

A questão, portanto, não é que a CBF tenha escolhido um casal loiro. É que ela rejeitou o casal de negros.

Na verdade, mesmo sendo o maior exportador de jogadores para o exterior, e sendo negros a maioria deles, o Brasil ainda tem poucos negros nas situações de comando. Após o negro Barbosa ter levado nas costas toda a culpa pela perda da Copa de ’50, demorou muito para vermos um negro novamente com a camisa de goleiro na seleção.

A FIFA poderia ter sugerido mesclar Fernanda Lima e Lázaro Ramos, ou Pitanga e Hilbert. Mas mesmo fazendo campanhas contra o racismo nos estádios, a FIFA não conseguiu compreender a simbologia de termos ali ao menos um negro representando o Brasil; ou não quis compreender.

Na Copa das Confederações no ano passado, durante o jogo entre Uruguai e Itália, devido ao preço exorbitante dos ingressos, o cara mais negro dentro da Arena Fonte Nova, na negra Bahia, era o italiano Balotelli.

A FIFA já quis proibir a venda de Acarajé durante os jogos, e desproibiu a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.  Ela faz e acontece. Pode até não se importar com o fato de que, no Brasil, o preço do ingresso pode segregar raças.

Se importará em 2018, se Touré levar o seu ativismo adiante.

Eu fui à varanda olhar para o mar, um pensamento passou com a maresia e eu o agarrei: com mil diabos, mesmo com tudo isso sendo do conhecimento de todos nós, a FIFA recusou o casal de negros e contratou o casal de loiros. E eles aceitaram!

Fonte: por Lelê Teles, via e-mail

Escola dos EUA ameaça expulsar menina com cabelo crespo e armado

       Vanessa VanDyke foi ameaçada de expulsão em escola de Orlando
        por causa de seu cabelo (Foto: Reprodução/YouTube/RippDemUp TV)
Uma menina de 12 anos foi ameaçada de expulsão pela escola particular onde estuda na Flórida, nos Estados Unidos, caso não cortasse e mudasse o estilo de seu cabelo. Vanessa VanDyke tem os cabelos crespos e com volume, e segundo sua família, recebeu o prazo de uma semana para decidir se iria cortar os fios ou deixar a escola, de acordo com a emissora de TV "WKMG".

O caso gerou muita repercussão nos EUA, e a escola Faith Christian Academy de Orlando disse nesta semana que não está exigindo que a menina corte os cabelos para continuar frequentando o estabelecimento - eles "apenas" querem que ela mude seu estilo.De acordo com a família de Vanessa Van Dyke, na última semana um conselheiro da escola advertiu a mãe da menina para que ela alisasse ou cortasse seu cabelo - ou a criança poderia ser expulsa.

A família não cogitou fazer as mudanças, pois o cabelo da menina faz parte de sua identidade. "Ele mostra que sou única. Eu gosto desta maneira. Eu sei que as pessoas vão me provocar porque ele não é liso, mas eu não ligo", contou Vanessa.

A escola onde Vanessa estuda tem códigos de vestimentas e regras sobre como os alunos podem usar seus cabelos. "Os cabelos devem estar na cor natural e não devem ser uma distração", dizem as regras, que citam como exemplos que não podem ser utilizados moicanos e raspados.

"Uma distração para uma pessoa não é distração para outra", diz a mãe da menina, Sabrina Kent. "Você pode ter uma criança com espinhas no rosto. Você vai chamar isso de distração?"

Vanessa contou que usa seu cabelo longo e armado desde o início do ano, mas ele se tornou uma questão para a escola depois que sua família reclamou das provocações feitas pelas outras crianças.

"Houve pessoas que a provocaram por seu cabelo, e me parece que estão culpando-a por isso", disse Sabrina. "Vou lutar pela minha filha. Se ela quer usar o cabelo assim, ela vai mantê-lo assim. Há pessoas que podem pensar que usar o cabelo natural não é apropriado. Mas ela é bonita assim."

Responsáveis pela escola disseram em um comunicado que não estão pedindo que a menina use produtos ou corte seu cabelo, mas que ela o modele de acordo com as regras da escola.

Fonte: G1, em 27/11/2013 09h55


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Dia da Consciência Negra

Zumbi dos Palmares
Símbolo de resistência e luta contra a escravidão
O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro foi evocado pela primeira vez em 1971 por jovens universitários, em Porto Alegre, organizados em torno do Grupo Palmares. A proposta foi apresentar uma data alternativa às comemorações do 13 de Maio, considerada como símbolo de uma liberdade concedida. O 20 de Novembro marcaria um fato político da população negra, remetendo a ideia de liberdade conquistada.
O grupo baseia sua ação na proposta de rever a história brasileira para, com isso, demonstrar aos negros o passado de resistência às diferentes realidades opressoras. Na visão do grupo, o contexto de opressão se mantinha intocado. Reconstruir simbolicamente o Quilombo dos Palmares levaria os negros à tomada de consciência de sua condição social. Consequentemente, seriam superados a ideologia de branqueamento e o mito da democracia racial.
A adoção do 20 de Novembro e a valorização da figura de Zumbi serviram de instrumento para a reconquista de uma identidade comprometida. O fato político da imposição de um Dia Nacional da Consciência Negra propõe, portanto, um viés negro para negociar a inclusão social e o acesso à cidadania, através da construção de uma identidade étnica afro-referenciada, rompendo com a necessidade de branqueamento social.
A construção dessa identidade afro-brasileira ocorre, portanto, a partir da ressignificação de elementos locais, o Quilombo dos Palmares, e a apropriação e tradução de movimentos diaspóricos, como o Black Power e a Consciência Negra. Nacionalizada em novembro de 1978, durante assembleia do recém fundado Movimento Negro Unificado [MNU], a data foi reconhecida pelo Estado brasileiro em 2003.


REFERÊNCIA
CAMPOS, Deivison. O Grupo Palmares (1971-1978). Um movimento negro de subversão e resistência pela construção de um novo espaço social e simbólico


Jornalista/Radialista - Priscila Bittencourte
Registro:14806 - 12342 MTB


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Demhab celebra o Dia da Consciência Negra em Porto Alegre

Servidores do Demhab percorrem Territórios Negros

Para lembrar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) realizará duas atividades. Nesta segunda-feira, 18, às 13h30, alguns servidores farão a visita educativa do projeto Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre. A outra atividade ocorrerá na terça-feira, 19, no auditório da sede do Demhab (Avenida Princesa Isabel, 1115). A partir das 14h30, haverá a palestra “Vida e história dos quilombos urbanos”, com a participação do presidente da Associação Comunitária Quilombo do Areal, Alexandre Ribeiro, da secretária da mesma entidade, Fabiane Xavier, e do advogado e especialista em Sociologia da Violência, Osvaldo Ferreira dos Reis.  No encerramento do evento haverá a apresentação do cantor e compositor gaúcho, Wilson Ney, acompanhado pelos servidores do Departamento, Albanir Fernandes e Gilberto Ambrósio.

Territórios - A visita é feita em uma linha de ônibus especial da Companhia Carris Porto-alegrense, em parceria com as secretarias municipais de Educação, Turismo, Adjunta do Povo Negro e Procempa, e oferece uma volta no tempo e na história para conhecer os pontos de referência da população afro-brasileira de Porto Alegre. 

Os locais percorridos pelo ônibus são os largos Glênio Peres e da Forca (Praça Brigadeiro Sampaio), o Pelourinho (Igreja Nossa Senhora das Dores), o Mercado Público, o Campo da Redenção (Parque Farroupilha), a Colônia Africana (Bairros Bom Fim e Rio Branco), a Ilhota (perto do Centro Municipal de Cultura e da Avenida Érico Veríssimo), o Quilombo do Areal da Baronesa (Travessa Luiz Guaranha) e encerramento do roteiro no Largo Zumbi dos Palmares. 


Créditos foto: Fernanda Correa/Divulgação PMPA

Fonte: Maria Inês dos Santos Mello / PMPA