sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Jornalista e NEGRA!

por Priscila Bittencourte

Qual a porcentagem de jornalistas negros nas redações ou nas assessorias de comunicação se comparados com os não negros? Que mecanismos são desenvolvidos para a acessibilidade, mobilidade e permanência de jornalistas afro-descendentes em um mercado tão competitivo como o de produção de informação e de formação de opinião?
Estas e outras perguntas são de extrema pertinência para quem vive na luta diária por um lugar ao sol.
Questionamentos como esses chegam todos os dias provenientes de estudantes universitários, pesquisadores e jornalistas, que têm a temática racial como pauta. A inexistência de pesquisas sobre o quantitativo de jornalistas negros ou negras atuantes em nosso minguado mercado de produção midiática que dificulta a formulação e defesa de cláusulas específicas nos acordos com os empregadores, incluídas as dirigidas à promoção da igualdade.
Para dar exemplos de que é evidente este quadro na nossa realidade, na  publicação de um jornal do Acre, a manchete definia a invisibilidade do negro nos meios de comunicação: Negros são pequenas minorias nas redações das empresas jornalísticas. Dos 120 profissionais credenciados no Ministério de Trabalho, apenas 5 eram negros. Nos dados apurados pelo IBGE, o jornalismo é uma das profissões que tem menor proporção de negros no país - apenas 15,7%.
A inclusão de políticas de promoção da igualdade racial exige, no plano operacional, o enfrentamento de um problema básico: a falta de dados sobre a cor, tanto dos empregados ou funcionários de uma empresa ou órgão público, quanto dos usuários de serviços públicos e privados. Daí a reivindicação de pesquisas para sabermos quantos jornalistas afro-brasileiros existem, assim como a inclusão da auto-declaração étnico-racial nas fichas cadastrais nos sindicatos. Esta medida deve ser precedida de campanha de esclarecimento junto à categoria, bem como da capacitação do coletor e dos funcionários.
Por isso, é necessário que reivindiquemos por maiores oportunidades nas áreas de educação e qualificação profissional de forma igualitária, para que haja maiores perspectivas para aqueles que deixam os bancos acadêmicos e se deparam com a dura concorrência.

Um comentário:

  1. olá priscila..


    muito pertinente o teu questionamento..eu mesma, como estudante de jornalismo vejo essa diferença. Na minha faculdade existem POUQUÍSSIMOS negros, e normalmente no prédio da famecos, a maioria das negros fazem RP e não jornalismo.
    Espero que isso mude, não digo apenas pelas cotas racioais impostas por algumas universidades federais, mas que o negro em geral se interesse pela comunicação, melhor dizendo por todas as áreas. Porque não está escrito em lugar nenhum que não podemos ser ancoras de telejornais, nem estar em assessorias de impressa. É uma coisa imposta, mas se tivermos força de vontade, podemos mudar isso..


    Esse é o meu recado nesse momento..


    beiijos

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